quarta-feira, 18 de julho de 2012

A VELOCIDADE DO DINHEIRO

Qual será a velocidade que o dinheiro consegue atingir? É uma pergunta que me faço frequentemente... tendo em conta o quanto corremos atrás dele e a maioria não o consegue apanhar, sou levada a crer que a velocidade do dinheiro deverá estar ao nível do jamaicano Usain Bolt.
Olhando para o nosso planeta, nosso mundo, nossa sociedade, nossa vida não me é dada outra alternativa que a de perceber que as nossas «corridas» são vãs! Se por um lado falamos do quanto precisamos de dinheiro por outro usamo-lo de forma despreocupada e atrevida como se fossemos donos inequivocos da lâmpada de Aladino!
Que se passa connosco? Que se passa com a nossa sociedade? Com o nosso mundo, o nosso planeta? Sim, planeta! É que tudo o que fazemos no «nossos» curtos metros quadrados afeta todo o planeta, ou ainda pensa que não?!
Eu diria que estamos infetados. A doença do século não se chama HIV, chama-se consumo, ou talvez se chame VAZIO! Queremos compensar alguma coisa da qual sentimos falta, mas não sabemos o que é, com coisas, coisas e mais coisas. Alguns lá vão percebendo pelo caminho que as coisas não preeenchem a tal sensação de falta, o vazio interior, a tristeza e começam a procurar respostas, a ler sinais, a VER! Mas... e os outros? Os outros somos muitos, somos a maioria e apesar das chamadas de atenção, da vida a morder-nos o calcanhar, a puxar-nos pelo braço, pela saúde e pela carteira teimamos nos mesmos erros, continuamos a achar que a culpa é do vizinho, é do patrão, do chefe, dos pais, do estado, dos políticos, etc. No entanto somos nós que elegemos os políticos, damos pouco no nosso trabalho, vamos para a estrada com comportamentos dignos de um bárbaro, educamos deficientemente os nossos filhos, tratamo-nos mal, intoxicamos o nosso corpo e a nossa mente. SOMOS NÓS QUE DECIDIMOS MAL! E enquanto, num verdadeiro ato de coragem ou cansaço, não nos olharmos para dentro, não apontarmos o dedo na nossa direção e fizermos uma honesta avaliação assumindo a RESPONSABILIDADE  pelos nossas atos, pelos nossos sucessos ou insucessos e percebermos que não existe ninguém para culpar a não ser a nós próprios então, como diz o meu amigo António, isto ainda tem que ficar muito pior até nós aprendamos alguma coisinha!

Correr??? Sim, porque não?! Levante-se de manhã cedo e «corra» para a janela, inspire e agradeça estar vivo; «corra» para os seus filhos e esposos e diga-lhes que os ama, «corra» para o seu trabalho e dê o melhor de si, empenhe-se e aproveite o seu tempo; «corra» para as bibliotecas, centros de formação, escolas, workshops e APRENDA, cultive-se; «corra» para casa e certifique-se que todos cumprem os seus deveres domésticos e escolares; CORRA para a rua e na rua, faça exercício; «corra» cedo para a cama por todos os benefícios que isso lhe traz; «corra» para a vida e com a vida. Estabeleça objetivos e trabalhe e «corra» para os alcançar... um dia ao acordar percebe que ao agir de acordo com as suas crenças e valores é FELIZ, já não precisa correr atrás de dinheiro, ele andará de mão dada consigo!

1 comentário:

  1. É caso para dizer que a velocidade do dinheiro é proporcional à velocidade com que nos afastamos de nós mesmos, do nosso bem-estar e das coisas simples e bonitas da vida!

    Este texto deu-me que pensar, sobretudo porque, por um lado, nos dá uma perspectiva de que 'andarmos atrás' do dinheiro e da realização material é uma fonte de mal-estar, stress, desencontros (connosco e com os outros) e conflitos (internos e externos), mas por outro lado, o dinheiro acaba por ser algo essencial para sobrevivermos no tipo de sociedade em que vivemos.

    Mas sobretudo, a grande mensagem é que, no final, se realmente valorizarmos o que é importante e formos realmente felizes, não precisamos de ser um Usain Bolt, porque a meta já foi atingida e a velocidade com que buscamos as coisas passa a ser secundária ;-)

    Obrigado por esta reflexão, amiga!!
    Um beijo grande!
    Bruno Costa

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